Alitta Guimarães Costa Reis
Regional SÃO PAULO
A FLOR
Amanhã,
amor, imersa em mágoa e pranto,
Serei
só, só dor, pulsando em desencanto...!
Sem
me olhar, você voará bem depressa.
Uma
parte de mim dirá: “Amo tanto...!”
Outra
parte exigirá: “Jamais peça!”
Mas
depois, amor, mais nada! C’est La vie”!
Tudo
passa. Irei desfolhando, ao sabor
Do
vento, minhas pétalas, bem aqui.
E
você voando, efêmero e fútil.
O
beija‐flor sem a flor é um beijo inútil.
Você
partirá, não sentirei rancor.
Das
velhas entranhas da terra emergi,
Minhas
filhas buscaram sol, noutro polo...
Perfume,
cor, vida, morte, previ.
Terminando
o ocaso de agonia e dor,
Sentirei
visceralmente que vivi
O
domínio da paixão, eterna flor...!
Pois
perene é o jardim, e eu, amor.
O BEIJA--‐FLOR
Amanhã,
amor, no preciso nem dizer,
Não
estarei com você como estou hoje.
É,
vou esquecer você completamente,
Não
permitirei que entre em minha vida,
E
que nada reste além da despedida.
Mas
hoje, amor, é você quem eu mais quero,
Porque
você veste o manto do mistério,
Porque
me agrada conquistar você.
Juntos
faremos as coisas mais gostosas,
Tudo
lhe darei, serei como quiser...!
Mas
depois, amor...mais nada! A vida passa,
E
eu passarei por você com indiferença,
Num
vivo contraste do que hoje eu sou.
Pois
é assim que a vida me pertence,
E
é assim que as coisas são para mim.
Eu
vivo com horror da continuidade,
Não
quero laços, apego, intimidade,
Prefiro
o faz-de‐conta no amor...!
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