Antonio Pádua Silva Sousa
Regional MARANHÃO
E-mail: padua@elo.com.br
As águas de março cumpriram o seu
desiderato: entregaram ao mês de Abril uma Matriz molhada e vestindo um verde
novo em folha. O Rio Buriti, há tantos anos adormecido na sua calha, voltou aos
becos da cidade para olhar de perto o asfalto, que por força dessas águas, está
sendo levado pelas enxurradas que descem os morros, deixando à mostra o piso da
cidade cheio de crateras e lama, que necessitarão de reparos urgentes sob pena
de inviabilizar o tráfego nas ruas.
As pedras que jaziam cobertas por
esse derivado do petróleo, de péssima qualidade é bom que se diga, e que as
águas levaram, vieram daqueles morros e pelas mãos de operários transformaram
os antigos areais num calçamento que logo se revelaria o algoz dos sapatos da
mulheres.
A presença de carretas de alta
tonelagem circulando na cidade contribui para piorar a situação. A Rua Rio
Branco não foi preparada para receber esses monstros de rodas. Some-se ao
prejuízo urbano, o desassossego das famílias, agredidas pela intranquilidade que
tomou conta de nossa cidade.
Há de haver uma maneira de
retirar essas monstruosidades das nossas ruas. Não ganhamos nada com elas.
Basta-nos as infernizantes motos e seus aloprados condutores para transformarem
nossa cidade, outrora tão pacata, nesse inferno urbano de hoje.
Mas voltando às águas. É bom ver
o Rio Buriti cheio. É como se a natureza nos desse uma nova chance para
pensarmos nesse nosso irmão líquido. Os homens não têm o desprendimento da
água. Dela depende, mas não a respeita. O nosso rio é um exemplo desse descaso.
Essas águas passarão, quando virão outras? Pensemos no nosso rio.
Abril é mês de chuvas mil. Esperemos que assim o seja.
Tudo indica que este ano “os dias grandes” serão de fartura. Que o mês de maio
nos traga águas limpas e sem raios. A natureza fez a sua parte, façamos a
nossa. Esse inverno rico em águas mostra-nos “que Deus aperta, mas não
enforca”. O mal é mesmo coisa do homem.
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