Francisco de Assis Gondim
Regional CEARÁ
Numa
epifania de vida,
Nunca
por mim vivenciada;
Vejo
a alegria dos seres a minha volta,
Num
baile que celebra a volta das chuvas.
Os
casais de sabiá procriam,
E
alegram os humanos, banhando-se nas piscinas de cimento;
Um
dia surge um imenso teju, de sua toca vizinha,
Revelando
seu bordado negro, cintilante ao sol.
Ao
longe vemos gargantas de arrecifes no oceano,
Que
ganham vida durante as marés baixas;
Piscinas
no meio do mar, cheias de vida e peixes,
Homenageando
minha amada, senhora dessas ilhas imaginárias...
Bandos
de galos-de-carnpina, currupiões, graúnas, periquitos,
Até um pica-pau nos visita;
E
como prenúncio do que se aproxima,
Também
se multiplicam escorpiões, lacraias, aranhas e pequenos insetos.
Como
no centro do paraíso, também existe a árvore da sapiência,
No
cajueiro, surge a Boa constrictor,
escondida entre os galhos;
Que
de início assusta, mas logo revela sua natureza pacífica,
E
comendo da fruta proibida, ouvimos um canto distante.
Do
alto do castelo vermelho,
Ressoam
murmúrios de um povo desaparecido;
Dunas
gigantes avermelhadas,
E
ate uma esfinge ganha forma na praia.
Dos
sambaquis, ressurgem cachimbos e memórias,
São
versos do Livro Vermelho, entoados no modo lócrio;
Ad mortem festinamus...
Vita brevis breviter in brevi finietur...
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