A felicidade é um bem coletivo. A felicidade individual é egoísmo e, sobretudo, egocentrismo onde apenas um usufrui daquilo que pertence a todos.
Ela
não existe e nem é alcançada porque, se assim o fosse, haveria um lugar
determinado onde ela se encontraria e lá se iria comprá-la ou pegá-la.
Está
presente quando se tenta construí-la através de ações que levam,
invariavelmente, ao sucesso. Ela não está onde há o insucesso, a incompetência,
a desorganização e a indisciplina. Seria incoerência se pensar que o prejuízo
provoque um estado de felicidade.
É uma sensação plena
de satisfação, de enlevo, de ascensão que dissolve a tristeza e o dissabor. É a
sensação de que se atingiu o tudo, o píncaro, a meta programada ou além disto.
A felicidade feita através de dores, doenças ou perdas é um
arrebatamento fanático de se sublimar as desgraças como motivo de crescimento
espiritual ou religioso, deixando o lógico pela dogmatização do incerto.
Não se pode confundir sensação de bem estar com felicidade. Um paciente, com muita dor, sente bem estar
após aplicação de analgésicos; não significa que ele está feliz. Está melhor.
Poder-se-ia
até afirmar que a felicidade é utópica, uma vez que ela não é perene. É
momentânea ou passageira ou ocasional; dissipa-se com o primeiro dissabor,
donde se conclui que quanto mais feliz maior a chance de melindres e mais fugaz
se torna ela.
É
um bem coletivo porque é uma obrigação governamental dar condições de vida com
qualidade e com dignidade a todos os povos, independente de etnias, religião,
crença e partidarismo.
Repito
e enfatizo: felicidade individual é egoísmo, mas, sobretudo egocentrismo onde
apenas um usufrui de algo que pertence a todos.
Nenhum
nível social ou cultural compra a felicidade, mas, ela pode ser construída a
partir dos sonhos de cada um e do empenho em realizá-los.
É um contágio benfazejo que deveria estar sempre em forma de
epidemia.
Há
pessoas que se sentem bem com a felicidade alheia e invejam, de forma sadia,
este estado de plenitude; são os desprendidos que entendem que ela é plena e
tê-la não significa dividi-la com outrem e ficar com uma menor porção.
Há
outras pessoas que se sentem mal e invejam, conscientemente, querendo este
estado de forma exclusiva para si, sem ter feito o menor esforço para
construí-lo, achando-se únicas merecedoras e que os outros não têm este
direito.
Querem
exclusividade. São os usurpadores que esperam tomar aquilo que foi construído
com seriedade.
Tê-la
não é renunciar a um pedaço dela para dar a outrem, não é se despir do que é
seu para cobrir um outro santo.Não
se divide o indivisível.
Se
ela fosse ou estivesse em forma de epidemia, todos os seres humanos seriam
donos do mesmo cabedal, sem fracioná-lo, mas, aumentando a força de algo que se
agiganta ao ser somado com os demais.
A
felicidade pode ser construída a partir dos sonhos de cada um e do empenho em
realiza-los.
O sonho é um embrião de um projeto. Amadurece-se este sonho, tiram-se as arestas,
medem-se os prováveis desacertos, divide-o, teoricamente, com outras pessoas,
esperando-se críticas construtivas ou contrárias e, enfim, arma-se de coragem
para realizá-lo envidando todos os esforços para o acontecimento desejado.
Quanto
maior o empenho, maior a rapidez de ter a felicidade para usufruto; quanto mais
preguiçosa e demorada for a realização mais longe fica o prazer de possuí-la.
A
elasticidade dela varia de acordo com a multiplicidade do projeto.
Sonho
amplo, felicidade maior. Sonho pequeno, felicidade sem expressão. Portanto,
cabe a cada um o tempo de tê-la para o próprio bem. Quanto mais ambicioso for o
sonho, maior o projeto e maior a satisfação da construção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por participar.