Vladimir Távora Fontoura Cruz
Ah, que pena meu amor ter-te tão perto
E não poder afagar teu corpo inteiro
Nas tuas curvas trilhar o rumo certo
Desvendar febril teus íntimos segredos.
Quando em tantas noites frias e chuvosas
Invade-me, a vontade do aconchego
Desperdiças tontas horas preguiçosas
Lânguido, inda procuro e não te vejo
Ah, que pena meu amor a indiferença
Com que encaras a volúpia do amor
Vendaval intrépido da bem querença
Consome o sono, a paz do sofredor
Como dormir sentindo a chama ardente
Que toma conta de todo o meu ser
Me afasto, e carregando a dor premente
Te busco nas estrelas até amanhecer
Ah, que pena meu amor fechar os olhos
Tão logo deitas na alcova em flor
Arremessando aos rochedos e abrolhos
Meu desejo insano de fazer amor
E que pena, eu também às vezes sinto
Teu amor ser para mim um talismã
ao te olhar à noite não pressinto
És minha mulher, ou apenas minh'irmã.
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