Josyanne Rita de Arruda Franco
Regional SÃO PAULO
Presidente Nacional 2017/2018
Muito se tem falado
sobre as dificuldades de convivência do mundo hodierno, com sua velocidade
alucinante e o esvaziamento de sentidos para coisas e situações antes tão
importantes, atrapalhando planos e metas a serem alcançadas.
Proliferam fórmulas e programações
mentais para um conceito de bem-viver, que acaba por seguir padrões
estabelecidos por alguma celebridade midiática. Investe-se tempo e recursos
financeiros para isso, prometendo alívio de dores psíquica, emocional e social,
que em muito têm caracterizado o adoecimento da sociedade.
Permissividade excessiva, conquistas
fáceis e, por conseguinte, banais, atolam as mídias disponíveis de informações
inúteis e compartilhamentos pouco sinceros e fortuitos.
Onde estará a beleza do viver, se o
desconsolo e o desamparo grassam pelos terrenos onde caminha a humanidade,
cultivando desprazer e frustração?
Quando Herophilus (335-280 A.c) e
Erasistratus (c. 310-250 a. C), no Egito, começaram os estudos anatômicos do
cérebro, inauguraram a eterna busca da compreensão do funcionamento cerebral
que hoje tem, na neurociência, avanços importantes para o entendimento da mente
e do comportamento humanos.
Vários conceitos sobre fantasia,
imaginação, senso comum, alma sensitiva, pensamento, discernimento e memória,
entre tantos outros, estiveram ( e continuam!) desafiando cientistas e
filósofos na busca do esclarecimento das complexas funções cerebrais.
Milênios depois, as perguntas se
multiplicam, apesar de ampliados esclarecimentos.
Tais questões estão presentes quando se olha para o mundo e sua grande
variedade de povos, costumes, história e desafios. O que buscamos para o
futuro?
Muitos se deixam levar, outros buscam
incessantemente por algo que muito desejam ou desconhecem. Mas seguimos o fluxo
da vida, dançando conforme a música pede.
Talvez seja apenas uma reflexão
filosófica, alijada da ciência. Talvez uma questão de foro íntimo, um filete de
água gotejando dúvidas sobre um tema recorrente: o papel de cada um no alguidar
da diversidade.
Quem sabe o viver seja bem menos complexo
do que quer nossa vã inquietação? Quem sabe seja simples, como a felicidade comum
e alegre de ouvir “Garota de Ipanema” executada por uma orquestra? Ou
“Corcovado”, convidando a dançar? Salve os sábios Toquinho, Vinícius e Tom!
Ao observarmos qualquer criança de tenra
idade ao escutar qualquer música tocando ao longe, notaremos que imediatamente ela
sacoleja bracinhos e perninhas, sorrindo com os olhos, enquanto a saliva doce
confere brilho e umidade à boca, ainda quase sem dentinhos... Inebriada de som,
deixa-se levar no movimento que aprecia com deleite.
Às vezes aproveitamos pouco o curto tempo
que nos é oferecido sobre a terra. Elencamos dificuldades e olhamos àquela
lista sem saber o que fazer ou por onde começar. No entanto, a vida acontece
agora, a cada convite, em cada oportunidade.
A boa música é o bálsamo da alma, encontro
singular com o nosso movimento interior, traduzindo a percepção de que estamos
vivos e prontos para continuar.
Roberto e Erasmo disseram, em canção
inspirada: “Se
você não vem comigo / Tudo isso vai ficar / No horizonte esperando por nós dois / Se você não vem comigo / Nada disso tem valor / De que vale o paraíso sem amor?”
Cada um tem seu próprio conceito sobre o
sentido e o significado das coisas, mas talvez exista um ponto de convergência a
balizar nossas escolhas, a nos impulsionar para o compartilhamento de
afinidades e mesmo das diferenças.
O que escolhemos?
A Sociedade Brasileira de Médicos
Escritores – SOBRAMES oferece beleza e arte no relacionamento entre os pares.
Essa é a música que nos inspira! E onde há música, há poesia a ser dita em
verso e prosa, há parceria no bailado único que movimenta lábios que sorriem
com gratidão e alegria.
A vida é convite ao movimento, aos
volteios, ao passo em conjunto. A vida é ritmo sincopado... E talvez tenha sido
feita para dançar.
Eis o convite: aproveitemos as
oportunidades que nos reúnem para o congraçamento que celebra a vida.
Participem da IX Jornada da SOBRAMES no
Rio de Janeiro, de 19 a 22 de outubro próximo.
Programem-se, com delegações fortes e
pujantes, para o XXVII Congresso da SOBRAMES, em São Luís do Maranhão, de 20 a
23 setembro de 2018.
Sigamos!
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