03 agosto, 2017

O VELHO

Por:
Solanilson Façanha Wanderley
Regional GOIÁS















Há velhos que sabem ensinar
O caminhar, lento paciente respeito ao corpo é
Mostram o tempero da vida, as rugas
a complexidade do tempo, em exuberantes faces vincadas,
que velhos atores mostram da vida o vasto espectro
e lisas peles não podem

Há velhos que sabem ouvir
Surdos ouvidos que bem ouvem
Aos jovens em ansiosos desejos envoltos
Às mulheres fervorosos corpos que anseiam vibrações
Aos homens ansiados os corpos de prazer

Velhos professores, por um meigo cansado olhar ensinam
de palavras prescindem
educam pelo sorriso pacífico
Pela auditoria paciente
Pela ausência do futuro
Pelo respeito ao presente
Que ofertam

Há velhos que sabem agradecer
Ao tempo, às dores, às derrotas, à sorte
Ao nublado dia que amanhece

Nos oferecem o porvir, que o duvidamos por vezes
Que o tememos tantas vezes
Em paréticas expectativas envoltos
Impotentes do medo de amar
À mulher envelhecida conosco
Decadente corpo pouco belo

Há velhos que são mestres do amor sob nova forma trajado, maior,
Sereno enfim, completo enfim
Água que choveu, fertilizou,
Água que nova vida brotou
 Foi-se depois, mas ficou
Em toda planta que molhou

Ha velhos que não reclamam da vida
Que tiveram
Ou deixaram de ter
Sabem agradecer
Ao tempo que lhes antecede à morte
Que ao chegar no entanto
Sono de paz repleto
Lhes adormecerão
Uma prece de agradecer no coração
À vida


Capelinha, 27 de dezembro de 2006


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