30 setembro, 2017

ARGONAUTA

Por:
Fausto Rodrigues Valle
Regional GOIÁS
(in memoriam)











Abrem-se ondas e vagas
à quilha veloz,
afastam-se recifes e escolhos:
passa ao largo
a nau sem músculos,
sua carga de mistério.

Velas pandas, o rijo vento
leva a intimorata argo
a inominados portos.

Velho timoneiro, a face dura
ao sal e ao sol do mar,
lança âncoras ao fundo.

Ao deitar do dia, junto à amurada,
olha a vasta distância
e devaneia,
o devaneio do mestre. 
 





28 setembro, 2017

FRATRICÍDIO EM CARAHYBAS

Por:
Agatângelo Vasconcelos
Regional ALAGOAS













Os fratricídios do Sítio Carahybas causaram justificados horror e perplexidade. A sociedade provinciana, logo no segundo ano do novo século (1902), que se esperava de progresso científico e de universal compreensão entre os homens, via-se ameaçada em sua base, a família, pela brutalidade e pela inexplicabilidade do tenebroso acontecimento. Vivia o Brasil a denominada "República Velha" sob a presidência de Campos Sales, e em Alagoas, a "oligarquia Malta" era prestigiada pelo Governo Federal por sua política de apoio as oligarquias regionais, conhecidas como "política dos governadores". O catolicismo romano estava sob a égide da encíclica papal "Rerum Novarum", promulgada por Leão XIII em 1891; houvera o massacre genocida de Canudos (1897), e o Juazeiro do Norte estava sob grande efervescência política e religiosa.

A República (1889) trouxera a inflação, instituíra o casamento civil e separara a Igreja do Estado. A família era alcançada, pois, por pressões e por mudanças sociais importantes, as quais certamente atingiram-na em sua estrutura dinâmico-social.

Qual teria sido, interrogava-se, a "... causa que levou essas duas infelizes mocinhas a prática de atos de verdadeira selvageria, que alarmaram a sociedade? " A imprensa, emergente porta-voz do estarrecido meio-social, tornava públicos os delitos, questionava-os e exigia o seu esclarecimento, dentro de um padrão científico e legal. O drama daquela família agrestina, humilde e desconhecida, no seio da qual simplórias adolescentes praticaram crimes tão bárbaros e irrazoáveis que as fizeram derramar, no seio da própria família, o luto a dor e a desolação, tornando-as para sempre desgraçadas..." sensibilizou ao bacharel em Direito, Dr. Euclydes Vieira Malta, chefe da clã que então detinha o Poder Público em Alagoas. Homem de formação humanística, este Governador ocupou-se pessoalmente do assunto, já que na época sobravam tempo e sensibilidade aos Chefes de Estado para levá-los a este tipo de envolvimento. Por esta razão, o próprio Governador assistiu a um ligeiro exame medico a que foram submetidas ambas as acusadas e, inclusive, fez-lhes algumas perguntas. Daí julgou conveniente designar uma comissão de médicos para elaboração de um documento pericial acerca do caso, ou mais especialmente, sobre o estado mental das irmãs fratricidas. Outro, aliás, não era o desejo formulado pela imprensa, que por seus principais órgãos apontava o mesmo caminho e exigia um trabalho de alta qualidade, como já foi visto. Todo o absurdo da situação estava a exigir uma explicação científica, vale dizer, aceitável pela sociedade: só assim poder-se-ia compreender e posteriormente assimilar tão hediondo acontecimento ameaçador da integridade da família e, por extensão, do "status quo" vigente. E só a loucura, isto é, a não razão, poderia justificar ameaça assim radical ao "stablishment". Mobilizaram-se, pois, a imprensa, o Poder Público e o Saber Cientifico. Este último representado pela Medicina Legal e caudatário do anterior. E que pelo cientificismo dominante nas elites culturais, caberia ao discurso psiquiátrico lançar luzes sobre a questão. Desejamos expressar que o manifesto humanitarista das instituições, ocultava a existência latente e preponderante de urna imperiosa necessidade de serem contemporizadas as forças em jogo e de se apaziguar o meio social. E que isto se processou através do Saber Científico, via discurso psiquiátrico e diagnostico médico-legal. Um sofisma social que poderia ser expresso da seguinte maneira: se tudo houvesse acontecido em decorrência de uma doença mental cientificamente definida, essa patologia, conteúdo e continente dos escabrosos fatos, encerraria a questão por explicá-la e justificá-la racionalmente.

Estaria a salvo a família, célula mater da sociedade: somente a loucura mais extrema levaria ao fratricídio mais incompreensível e gratuito.

As instituições sociais cumpriram o seu papel. As instituições estavam apaziguadas.

Vale ressaltar que embora não fosse essa uma atribuição do documento médico-legal em apreciação, em momento algum os seus autores mencionaram qualquer preocupação terapêutica em relação a Antônia, considerada como portadora de afecção mental, ou alguma forma educativa ou reeducativa em referência a Rosa. Já Euclydes Malta, em sua mensagem acima citada, lamenta nada poder fazer pelas acusadas: "Deploro não possuirmos uma casa ou estabelecimento, onde pudessem ser convenientemente observados e tratados indivíduos em tais condições, e mesmo educados no caso de lhes voltar a integridade da razão. Estivessem em melhor pé as nossas finanças e eu não teria dúvida em vos pedir meios, para que se fundasse mais esta pia Instituição”.

Fica evidente que tal "humanística preocupação" tinha como linha mestra, custodiar as menores em uma nova Instituição pia, isto quer dizer, segregá-las, afastando-as do meio social e familiar onde viviam, no sentido de protegê-las a qualquer custo.


Que bom para Antônia e Rosa que as finanças do Estado de Alagoas, já àquela época, estivessem tão combalidas!


26 setembro, 2017

“PINCE-NEZ” e “LORGNON”

Por:
Pedro Franco
Regional RIO DE JANEIRO










Ele usava pince-nez e ela lornhão. Ele via o tempo em relógio de bolso Patek Philippe, ela perguntava as horas. Tinham títulos universitários, mas nunca trabalharam. Viviam de rendas, deixadas pelas famílias. Eram primos de distante parentesco e usavam vários sobrenomes, ainda que se tratassem por diminutivos. 

Amavam-se ao próprio jeito e com total discrição e recíprocas gentilezas. Ambos não tinham parentes. Eram muito sociáveis e frequentavam o Country Club e o Teatro Municipal. Sorriam dos do "café-society" e dos que agora ganhavam euros e pagavam para aparecer nas colunas sociais, ou alegravam-se com fotos na “Caras”. Detestavam política e não votavam, porque corriam para Paris em épocas de eleição, ainda que julgassem muito interessantes as democracias e os movimentos contra a fome no Nordeste e em Bangla Desh. Nunca procriaram, mas julgavam crianças bonitinhas e vivificantes. Liam os clássicos e citavam Joyce e Proust por qualquer motivo. “Comme il faut”. Valorizavam o francês e riam das camisetas com dísticos em inglês e propaganda de grifes. 

Nini sempre de sapatos de salto alto e Lulu de sapatos de cromo alemão e cadarços, ambos feitos sob medida. Foram envelhecendo, com a mesma classe, indo às festas de pessoas bem nascidas. Os convites começaram a rarear. Evitavam enterros e lugares da moda. Nunca poriam os pés no Cemitério do Caju, por mais nome que tivesse o falecido.

Por fim morreram envenenados por gás. As mortes só foram percebidas, quando já começavam a feder. O segurança da rua chamou a polícia, ao sentir cheiro de gás, vindo da grade do número 999 da Rua Lopes Quintas. E os empregados não avisaram? Estavam acostumados a chegar pela manhã e encontrar o portão da mansão fechado, pois os patrões, bons patrões porque pagavam bem, ainda que pouco falassem com eles, viajavam sem avisar. Seus ordenados estariam depositados no banco, sabiam. Os dois estavam vestidos a rigor, ainda que em decomposição. Os corpos, em estranhas posições, estavam jogados, como se tivessem pretendido ficar sentados nas “bergères” de couro da sala de visitas, distantes uma da outra.

“Lorgnon” e “pince-nez” no tapete persa, já algo coçado, ao lado das cadeiras, mas mais próximos que os dois corpos. Não foram encontrados bilhetes, ou testamento. Também não havia mais fortuna, que naquele mês desaparecera. Saldo zero no banco. Com a venda da mansão pagou-se empregados, últimas contas, imposto de renda e o advogado, que administrara seus bens durante sessenta anos. Não deixaram dívidas, nem saudades. 




25 setembro, 2017

PROGRAMAÇÃO CULTURAL: O RIO DE JANEIRO CONTINUA LENDO


A Comissão Organizadora da IX  Jornada Nacional de Médicos Escritores
divulga a programação do evento.
Está é a última oportunidade para você se inscrever e participar.

 19/10 - QUINTA-FEIRA
 Abertura da Jornada

18:00 às 19:00
ENTREGA DE MATERIAL.

19:00 às 19:30
ABERTURA E COMPOSIÇÃO DA MESA

19:30 às 19:45
APRESENTAÇÃO SLIDES SOBRE RJ
Texto e material organizado por Lúcia Leite, narrado por Paulo Fatal

19:45 às 21:30
COQUETEL COM APRESENTAÇÃO DE GRUPO MUSICAL
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA DO RJ: “O Rio de Janeiro continua lindo” Dr. Lauro Pereira

20/10 - SEXTA-FEIRA
 Apresentação de trabalhos

8:00 às 10:30
APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS -Primeira sessão literária 

10:30 às 10:45- Coffee Break

10:45 às 12:15
APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

12:15 às 13:00
PALESTRA Dra Rosangela Gaze

13:00 às 14:00
ALMOÇO POR ADESÃO RESTAURANTE  LA MOLE
 Self service em local separado para o grupo da SOBRAMES.

14:00 às 17:00
APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS- Segunda Sessão Literária-Parte 1

21:00 ÀS 23:30 - BAR CARIOCA DA GEMA
(adesão)- Av. Mem de Sá, 79. Lapa - Centro, Tel: 21 22210043, com show de samba ao vivo
 (micro- ônibus da Jornada )

21/10 - SÁBADO
Apresentação de trabalhos e encerramento

8:00 às 10:30
APRESENTAÇÃO DE TRABALHO em espaço privativo do RESTAURANTE FOGO DE CHÃO- Terceira Sessão literária (micro–ônibus patrocinado, às 7:30, no CREMERJ)

10:30 às 10:45- Coffee Break

10:45 às 12:00
ENTREGA DOS PRÊMIOS e ENCERRAMENTO DA JORNADA.

12:00 às 14:00
ALMOÇO NO RESTAURANTE FOGO DE CHÃO (evento por adesão) botafogo@fogoeventos.com.br / http://www.fogodechao.com.br/location/botafogo

14:00 h às 19:00
CITY RIO -City Tour RJ -  (patrocinado pela Regional do RJ) 

************************** 
PARTICIPE

FICHA DE INSCRIÇÃO
Preencha seguindo todas as instruções abaixo mencionadas 

24 setembro, 2017

O MAL DA DISTÂNCIA

Por:
Fábio Daflon
Regional ESPÍRITO SANTO










Longínqua estação de trem abandonada,
onde o mel a abelha fazia do cravo,
linda mensageira de lá me trouxe um recado,
inventado em riso de alegria raro,
tanto como foi do escravo alforriado
ao olhar de pé a morte e seu cajado.

Voluntarioso ao cortar a grama
ordinariamente deixada como pasto
na soleira da porta para uma vaca,
branca como leite com mancha mascavo
rubricada em mama de quatro úberes
ao dispor de quem fiz ter me nascido
único no mundo para ser o travo
na língua e no trato da mulher que amo. 


22 setembro, 2017

MEU BANCO DA PRACINHA

Por:
José Wilson de Souza
Regional CEARÁ













Procurei o meu banco, da pracinha, 
Lembrei dos folguedos de crianças brincando,
Dos casais enamorados passeando,
Bem em frente, nossa igrejinha.
Aos pés do altar eu, sacristão. Rezando
Contrita em oração, minha avozinha.

Minha cabeça ficou em um torvelinho.
Tive a visão de minha infância, doce encanto,
Quando eu e outras crianças alegres saltitantes,
Pulávamos felizes a "amarelinha".

Sorriamos, cantando em grande algazarra
Entre as ramagens de jardins bem cuidados.
Felizes perseguíamos revoadas de borboletas
Troféus vivos da meninada.

Éramos crianças. Como corríamos
Em busca de borboletas, vários matizes.
Sorriam apaixonados os casais sonhadores.
Na igrejinha, hoje Catedral, hinos de louvores.

A pracinha, hoje sem jardins e borboletas, está calçada.
Aquele banquinho da pracinha, qual o paradeiro?
Casais românticos não mais existem, nem os brinquedos.
Não encontrei nada, e com saudades faço caminhada.



20 setembro, 2017

TICA E FLORESTIQUINHA

Por:
Elizabeth Gomes de Oliveira
Regional RIO DE JANEIRO
Email: elizabethg@terra.com.br


  







Lá longe, bem perto do arco-íris, morava uma linda árvore, a única existente no lugar.

Era uma pequena amendoeira, com um tronco largo, galhos firmes e  raízes profundas
que se dividiam pela terra. Chamava-se Tica.

Na primavera as folhas brotavam. No verão elas se mostravam tão verdes como a água do mar. No outono, as folhas se tornavam amarelas e cobriam a terra com um tapete de ouro, e as amêndoas enfeitavam a solitária árvore.Porém, no inverno, Tica.sentia frio porque perdia o cobertor feito de folhas que servia para aquecer o seu tronco. Durante o inverno, a amendoeira sofria muito porque imaginava que se não fosse tão só poderia sentir mais calor, porque os seus galhos poderiam abraçar outras árvores. E a árvore chorava, chorava e chorava.

Certa noite, choveu muito e as lágrimas da pequena árvore se misturaram com a água da chuva. Tica ficou tão molhada que quase morreu. Então pensou: “Por que vivo tão só? Onde poderei encontrar outra amendoeira neste mundo? Minhas raízes não precisam de tanta água e se eu tivesse uma companheira, juntas poderíamos  matar a sede.Mas onde posso encontrá-la?” E Tica pediu ao sol, que era seu amigo, para surgir e secar a terra, que ainda estava úmida.

No dia seguinte, o sol nasceu belo e vermelho e saudou a arvorezinha dizendo-lhe:

_ Bom dia amiga, não fique tão triste e sinta o meu calor. Agora poderei enxugar  suas lágrimas e secar a água da chuva. Embora agradecida, Tica lhe fez um alerta:

_ Doce amigo, enxugue as minhas lágrimas e seque a água da chuva, mas cuidado para não queimar os meus galhos, porque senão eu morrerei.

O sol, que era sábio, porém muito preguiçoso, se esqueceu de se pôr e quase queimou os galhos da solitária árvore. Ela então berrou indignada e pediu para ele ir embora:

_ Ó sol, porque você é tão descuidado? Eu preciso de alguém que cuide de mim e você é muito preguiçoso. Não quero mais que enxugue as minhas lágrimas e nem seque a água da chuva. Você não serve para ser meu amigo. E choramingou:

_ Ah se eu pudesse ter uma árvore amiga! Ela poderia me fazer sombra e eu não correria o risco de morrer queimada. Mas onde posso encontrá-la?

Cansada, Tica pensou em pedir ajuda ao vento para esfriar os seus galhos:

_ Por favor, meu querido vento, sopre os meus galhos porque eles estão me ardendo e eu preciso de um sopro para refrescar-me, mas preste atenção para não soprar muito forte porque senão eu poderei tombar.

_ Pois não amiga, vou tomar cuidado. Respondeu ele.

Mas o vento, encantado, distraiu-se com a beleza da brisa que passava ao seu lado e para chamar a sua atenção, ele soprou tão forte que quase derrubou a amendoeira. Vários galhos soltaram-se do tronco e espalharam-se por toda a terra e a arvorezinha desesperou-se.

_ Suma daqui vento maldoso, eu preciso de alguém que cuide de mim e você é muito distraído. Eu não quero mais que você  me refresque  com o seu sopro. E mais uma vez lamentou-se: “Ah se eu tivesse uma árvore amiga, ela poderia balançar os seus galhos suavemente em frente aos meus e eles me refrescariam, e eu não correria o risco de tombar. Mas onde posso encontrá-la?”

E adormeceu. À noite, a pequena amendoeira sentiu vergar um dos galhos e gritou.

_Quem está aí?

Com olhos atentos, respondeu um homem:

_ Sou eu pequena amiga. Quero me esconder da lua porque ela fere os meus olhos.

A árvore, um pouco aflita, perguntou:

_ O que você pode fazer por mim? Pode me abrigar da chuva com o seu corpo? Pode me proteger do vento e aparar o sol com as suas mãos?

_ Falou com voz firme o homem:

_ Tudo o que posso fazer é  espantar os insetos e pássaros que vêm comer  os seus frutos.

_ Eu não me incomodo com esses animaizinhos que vem comer as minhas amêndoas porque elas podem renascer, e além do mais, eles me fazem cócegas e eu quase morro de tanto rir. Falou a arvorezinha com toda a certeza. E continuou:

 _Portanto, eu não preciso de você porque não me protege da chuva, do sol e nem do vento, e depois, tem uma coisa: você é muito pesado, e pode machucar os meus galhos. Afaste-se de mim. E a arvorezinha resmungou:

_ Ah se existisse uma outra árvore  para me proteger dos homens atrevidos que entortam os meus galhos! .Mas onde posso encontrá-la? E adormeceu novamente.

Na manhã seguinte, a pequena amendoeira estava repleta de pássaros que vieram construir ninhos entre os seus galhos.

Mas onde posso encontrá-la?

A arvorezinha, zangada, queixou-se:

 _ Por que tanta algazarra?

 _ A primavera chegou. Responderam os pássaros. O inverno já foi embora e agora os seus  galhos ficarão cheios de folhas e frutos que abrigarão os nossos filhotes.

 _ Vocês fazem muito ruído e eu não poderei sentir o prazer de contemplar os brotos  que irão nascer em mim e nem de deliciar-me com  a penugem das folhas novas que roça a casca do meu tronco. Falou a árvore, quase chorando.

Aí então Tica perguntou aos pássaros o que eles poderiam lhe dar, em troca de um abrigo.

 _ Nós só podemos dar a nossa alegria de viver. Responderam eles com brandura.

 _ Eu  teria mais alegria de viver se existisse uma árvore amiga que pudesse beber água junto comigo, fazer sombra e refrescar os meus galhos. A arvorezinha revelou todo a sua amargura.

Nesse momento, um velho sabiá, que escutava a conversa, deu o seu palpite:

 _ Com o nosso bico, poderemos espalhar sementes na terra, assim outras árvores poderão nascer e serem  suas amigas.

A amendoeira sorriu cheia de esperança.

  _ Mas que feliz ideia! Bradou o velho pardal. E reuniu todos os pássaros do lugar para ajudarem a infeliz Tica. E então, numerosas sementes foram lançadas à terra pelos pássaros amigos, transformaram-se em brotos e depois em viçosas árvores de amendoeiras.Todas eram iguais e naquele momento passou a existir não só uma  amendoeira, mas milhares de amendoeiras que  se protegiam da chuva, do sol, do vento e dos homens atrevidos.

E Tica chorou de emoção.

Os pássaros fizeram uma grande festa porque nascia uma linda floresta. E foi batizada com o nome de Florestiquinha.

E lá longe, bem perto do arco-íris, Florestiquinha vive feliz há muitos anos, protegida do sol, da chuva, do vento e dos homens atrevidos.


Hoje Florestiquinha dá abrigo e alimenta todos aqueles que vivem à sua volta: os animais, as crianças e os homens não atrevidos que sabem amar as árvores.  
      

18 setembro, 2017

O DOCE DA VIDA

Por:
Ana Paula Fernandes Barbosa
Regional ALAGOAS
Email: npdc@uol.com.br










Filhos! São a razão de viver,
Melhor presente de Deus.
A grande explosão do amor.
Filhos tornam a vida mais doce,
o dia mais lindo,
A noite mais prateada.
Filhos! Podem ser grandes ou pequenos,
Meninos ou meninas...
... serão bebês para sempre
nos corações dos pais apaixonados.
Filhos alegram,
Filhos encantam,
Filhos animam,
Filhos acompanham...

As emoções que os filhos causam aos pais
são as vibrações de maior e melhor representação do sopro do viver.

Ah! Filhos... Meus Filhos!
O doce mais doce da minha vida!







17 setembro, 2017

SUMES - SOCIEDAD URUGUAYA DE MÉDICOS ESCRITORES


Através de um convite enviado em fevereiro deste ano pela presidente da SOBRAMES, Dra. Josyanne Rita de Arruda Franco, à médica e escritora uruguaia Dra. Nedy Cristina Varela Cetani para conhecer nosso Blog. Iniciou-se então um interessante intercâmbio com médicos escritores uruguaios.

Reproduzimos neste texto a íntegra de alguns dos emails trocados entre Josyanne e Nedy, para ilustrar a notícia que divulgados com muita satisfação, de que foi fundada a SUMES – Sociedad Uruguaya de Médicos Escritores, em 10 de agosto de 2017. Acompanhe:

______________________________________________
Em 10 de fev de 2017 19:19,
 “Josyanne Rita de Arruda Franco” josyannerita@gmail.com] escreveu:

Caríssima Dra. Nedy Cristina Varela Cetani,

Convido-a a conhecer o blog da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - SOBRAMES. Se quiser enviar notícias das atividades de Médicos Escritores em seu país, encaminhe ao meu e-mail que postarei para que nossos confrades e confreiras possam ter conhecimento e manter estreito vínculo com nossos irmãos de ofício e arte.  
Conte com nosso apoio. Nosso blog é: sobramesnacional2017.blogspot.com

Fraterno abraço.
Josyanne Rita de Arruda Franco
Presidente Biênio 2017-2018
_______________________________________________
Em 26 de ago de 2017 20:50,
 "Nedy Cristina Varela Cetani" <nedy51@hotmail.com> escreveu:

Estimada Josyanne :

Con alegría te comunico que luego de mucho esfuerzo el 10/08/17 dimos nuestros primeros pasos como SUMES, Sociedad Uruguaya de Médicos Escritores. Solo faltan los trámites legales.
Han sido años difíciles de muchas idas y vueltas , de esperas y fracasos.
Ahora ya estamos en marcha y son muchos médicos escritores  los que se han sumado .
He propuesto la realización de un libro colectivo porque pienso que nos va a unir y afianzará la Sociedad mostrándola hacia afuera y demostrándonos a nosotros mismos que podemos hacer cosas juntos.
Un abrazo enorme y agradezco tu apoyo .

Dra. Nedy Varela
Presidenta de SUMES
Escritora y Coordinadora de Talleres Literarios.

________________________________________________
Em 27 de fev de 2017 00:30,
 “Josyanne Rita de Arruda Franco” josyannerita@gmail.com] escreveu:

Estimada Confreira Dra. Nedy Varela:

Com imensa alegria recebemos as boas-novas que relatam a criação da SUMES, Sociedade Uruguaya de Médicos Escritores!
 Regozijamo-nos com todos os colegas médicos uruguaios. Saibam que poderão contar com o apoio da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores-SOBRAMES, estaremos prontos a caminhar juntos!
 Nos dia 19, 20 e 21 de outubro próximo realizaremos nossa IX JORNADA da SOBRAMES, na cidade do Rio de Janeiro.
 Em 20, 21 e 22 setembro de 2018, será realizado o XXVII CONGRESSO DA SOBRAMES, na cidade de São Luís do Maranhão.
 Os Médicos Escritores do Uruguay estão convidados a participar dos nossos eventos com suas delegações, que certamente serão recebidas com muito entusiasmo e fraternidade, estreitando laços literários e de amizade. 
 De nossa parte, faremos de tudo para participar dos eventos e eventuais publicações para a quais formos convidados.
Peço que mantenhamos assíduo contato para compartilharmos as ideias e projetos que poderão ser realizados em colaboração e parceria.
Nosso Blog tem o endereço sobramesnacional2017.blogspot.com.br
 Visite-nos e envie um trabalho literário seu, acompanhado de fotografia em boa resolução, que teremos o maior prazer de postar em nossa SALA DE VISITAS, destacando a criação da SUMES na pessoa de sua presidenta Nedy Varela, ajudando a divulgar a jovem entidade.
 Nosso trabalho há de contagiar outros países vizinhos, fortalecendo a literatura de Médicos Escritores na América do Sul e ampliando sua visibilidade para além das fronteiras continentais.
 Perseverança, trabalho e confiança serão nossas diretrizes!
 Parabéns e boa sorte na caminhada!
 Sigamos!

Josyanne Rita de Arruda Franco
Presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores-SOBRAMES

______________________________________________
Em 16 de set de 2017 21:02,
 "Nedy Cristina Varela Cetani" <nedy51@hotmail.com> escreveu:

Estimada Josyanne Rita:

Hemos recibido en SUMES con mucha alegría la carta  y los  buenos deseos de SOBRAMES.
Esperamos muy pronto poder participar de los encuentros y disfrutar todos juntos de esta pasión por la literatura que nos une y nos permite sumar fuerzas.
En este momento, como toda Sociedad en formación estamos con mucho trabajo y con lindos proyectos : estamos organizando un libro colectivo y estamos formando una biblioteca, ya tenemos un espacio en la Biblioteca del Sindicato Médico del Uruguay para dejar nuestras obras en papel o en PDF.
De acuerdo a lo que me solicitaste envío una foto y un poema para el Blog de Sobrames junto a un breve currículum. Para mi será un gran orgullo formar parte de ese blog.
Agradezco me indiques si recibes todo correctamente.
Les envío un abrazo con cariño desde Uruguay a todos los compañeros de SOBRAMES , en mi nombre y en el de todos los compañeros de SUMES.
Te saluda con mucho afecto.

Dra. Nedy Varela
Presidenta de SUMES . Sociedad Uruguaya de Médicos Escritores
_______________________________________________

Em nossa “Sala de Visitas”, temos a honra e satisfação de receber a primeira contribuição de nossos novos confrades uruguaios, com versos da Dra. Nedy Varela.

Que seja este o início de um profícuo intercâmbio entre médicos escritores destes dois países e que resulte em estímulo à produção literária de nossos escritores.



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